sábado, 16 de janeiro de 2010

E na outra noite, ele falou assim:

(...)
Não consintas,
Meu amor, meu bem,
Que digamos até logo agora.
De qualquer forma
O meu amor
Duro fardo, por certo
Pesará sobre ti,
Onde quer que te encontres.
Deixa que o fel da mágoa ressentida
Num último grito estronde
(...)
Afora o teu amor
Para mim
Não há mar,
E a dor do teu amor nem a lágrima alivia.
(...)
Afora teu amor
Para mim
Não há sol,
E eu nem sei onde estás e com quem.
Se ela assim torturasse um poeta,
Ele trocaria sua amada por dinheiro e glória,

Mas a mim
Nenhum som me importa
A fora o som de teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
E não beberei veneno
E não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora o teu olhar
Nenhuma lámina me atrai com seu brilho.
Amanhã esquecerás
Que te pus num pedestal,
Que incendiei de amor uma alma livre
E os dias vãos - rodopiante carnaval -
Dispersarão as folhas dos meus livros...
Acaso as folhas secas desses versos
Far-te-ão para
Respiração opressa?
Deixa-me ao menos
Arrelvar numa última carícia
Teu passo que se apressa.


[citando, Maiakóvski]


Depois, ele cantou pra eu dormir...
http://www.youtube.com/watch?v=t-4NuPDpvgc

Jimi Hendrix canta, Angel


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